i-COT – Mapeamento bem-sucedido das condições nas paredes compartilhadas entre tanques de amanezamento e tanques de lastro em FPSOs

Desde 2019, a Sonomatic e sua empresa irmã sediada em Perth, a Geo Oceans, vêm colaborando de forma próxima com a equipe global de robótica de um cliente para desenvolver uma tecnologia robótica inovadora – o sistema i-COT ROV – voltado à inspeção de tanques de armazenamento de óleo (Cargo Oil Tanks – COTs) em operação, em unidades FPSO, petroleiros e embarcações marítimas, utilizando métodos robóticos.

O i-COT não é visto como uma única ferramenta, mas como uma plataforma de entrega para uma gama de métodos avançados de END (Ensaios Não Destrutivos) não tripulados e robotizados, cada um selecionado conforme os requisitos específicos da inspeção de cada tanque.

Em junho de 2023, a Geo Oceans realizou a primeira implementação do i-COT equipado com a sonda de medição de espessura UTM Multiplexer da Sonomatic, para realizar medições nas paredes dos tanques de lastro de água que compartilham estrutura com tanques de óleo cru em um FPSO localizado no Golfo do México. O objetivo era avaliar as condições das chapas metálicas.

Descrição do Projeto

A equipe estava conduzindo as inspeções obrigatórias de classe em tanques de lastro de água selecionados (WBT – Water Ballast Tanks). Como os tanques já estariam abertos, a Geo Oceans solicitou ao cliente a realização de um teste com a ferramenta i-COT equipada com o multiplexador UTM. O que começou como um teste evoluiu para um escopo completo de trabalho.

Este projeto foi uma verdadeira colaboração internacional: a Sonomatic, no Reino Unido, preparou o multiplexador UTM e outros equipamentos necessários; a Geo Oceans, na Austrália, trabalhou no desenvolvimento da ferramenta i-COT; e o cliente estava baseado nos Estados Unidos.

Os primeiros testes foram realizados no Reino Unido, e depois o equipamento foi enviado ao workshop da Geo Oceans em Perth, onde passaram por testes adicionais em uma maquete em escala das estruturas a serem inspecionadas.

A inspeção realizada pelo ROV i-COT representou uma série de ineditismos. Ela foi conduzida a partir do tanque de lastro de água — um acesso relativamente simples e com impacto mínimo nas operações da unidade — para capturar o máximo de informações possível sobre as condições do tanque de óleo cru.

O escopo da inspeção foi definido com base em princípios de inspeção baseada em risco (RBI) e na experiência da equipe. Também foram incluídas áreas do tanque de armazenamento de óleo (COT) que normalmente não podem ser inspecionadas internamente devido à presença de sedimentos ou restrições físicas.

Além disso, a abordagem seguiu os princípios de Inspeção Não Intrusiva (NII – Non-Intrusive Inspection), prática já bem consolidada em sistemas de pressão, mas ainda pouco aplicada em embarcações ou tanques marítimos. O objetivo aqui não era substituir a inspeção interna, mas sim reduzir o tempo necessário de entrada, evitar exposição humana desnecessária e identificar previamente quaisquer problemas estruturais que demandem planejamento de reparo. A metodologia NII também foi usada para definir as áreas finais a serem inspecionadas internamente e será aplicada na análise estatística dos dados coletados.

PRINCIPAIS DESAFIOS

  • Tempo limitado para o desenvolvimento final da ferramenta e realização de testes antes da implementação.
  • Falta de informações precisas sobre o layout estrutural do tanque de lastro de água (WBT).
  • Orientação das paredes compartilhadas a serem escaneadas, exigindo diferentes suportes e fixações para cada orientação — horizontal, vertical e a parte inclinada do tipo hopper a 50°.
  • Dimensões das escotilhas entre os reforços longitudinais (stringers) e alguns frames, além da presença de corrimãos e outros obstáculos ao redor das aberturas.

Resultado

O projeto comprovou que é possível realizar medições a partir do tanque de lastro de água (WBT) para obter informações sobre o estado do tanque de armazenamento óleo (COT). Também demonstrou que áreas que não são visíveis por meio de inspeção interna, como a parte inferior coberta por sedimentos, podem ser avaliadas a partir do WBT. Além disso, foi validada a possibilidade de utilizar essa tecnologia para monitoramento econômico e eficiente de pontos específicos de corrosão previamente identificados no COT.

Como valor agregado, também foi possível realizar medições no convés a partir do WBT, permitindo um mapeamento preciso da corrosão presente. O convés é uma área de alto risco de corrosão e frequentemente de difícil acesso e medição devido ao uso intenso e espaço restrito.

O sucesso do projeto reside na capacidade comprovada de acesso à COT fornecida pelo WBT, existindo metodologias de inspeção não destrutivas para obter informações essenciais sobre a COT sem a necessidade de entrada no tanque.

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